Paradóxo, talvez

 O psicológico e o emocional das pessoas tem sido bem mais explorado, até em entrevistas de emprego as perguntas mudaram. "Você considera-se feliz e equilibrado?" "Qual a parte que sua família ocupa em sua vida?" "Este emprego te daria realização pessoal?". Preocupação com a vida pessoal alheia ou mais uma estratégia para aumentar as vendas? Porque dizem que alguém com a "cabeça no lugar" tem mais chances de crescer no trabalho - e servir de elevador pra empresa.
 Para isso acontecer, sua felicidade pessoal e profissional deve ser plena. Mas o que é essa plenitude? Casamento, filhos, salário elevado. Isso realmente completa alguém? Pra mim, essa felicidade plena é apenas vazia. E os sonhos, viagens, amigos, férias diferentes a cada ano, passeios inusitados, vida ao ar livre? E a quebra da rotina? Porque definitivamente a rotina é o túmulo da liberdade, e ser livre é o primeiro passo pra ser pleno. Ninguém nasceu pra trabalhar, ninguém VIVE pra trabalhar, e sim trabalham pra viver. E quantas pessoas você afeta limitando-se aos horários?
 Uma surpresa, uma palavra especial, chegar mais cedo em casa, uma flor, um beijo, uma carta.. Como aumenta a alegria com um gesto inesperado, sendo algo tão simples. Se todo mundo parasse pra pensar no que o faz plenamente feliz e seguisse isso, tudo seria bem melhor. Não teria tanto estresse, tanta dificuldade em manter um relacionamento amoroso, tantos problemas familiares. O ruim é julgar se você é pleno. Pra ser pleno tem que ser 100%, e não fazer uma média pra ver se ficou com "nota vermelha na felicidade". Plenitude então é o grau máximo pra ser feliz? Sendo assim prefiro não ter felicidade plena, porque limitar a felicidade é inaceitável.

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